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   O disco “Doces Bárbaros Bahia”, produzido por J. Velloso e João Melo, segundo J., foi um dos maiores presentes que ele já recebeu na vida. Eles conseguiram realizar o que inúmeros empresários e produtores musicais vinham tentando há anos, sem êxito: reunir novamente num disco os ‘Doces Bárbaros’; Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa. Isso só foi possível por todos serem torcedores do Esporte Clube Bahia. Os quatro, que não gravavam juntos há mais de 20 anos, participaram do disco ‘Doces Bárbaros Bahia’, no qual interpretaram músicas em homenagem a um dos times mais populares do Brasil. O projeto foi idealizado para ajudar o clube, que passava por situação delicada após cair para a segunda divisão do campeonato brasileiro de futebol. Toda arrecadação do disco foi destinada às divisões de base do Bahia e às Obras Sociais de Irma Dulce.


   "É um acontecimento marcante, pois os “Doces Bárbaros nunca mais tinham se reunido e o fizeram por amor ao Bahia”, ressalta J. Velloso e conta como tudo aconteceu: “Durante a festa de aniversário de minha irmã Maria, em abril de 1998, a ideia surgiu após o questionamento à Bethânia, por uma amiga nossa, sobre se ela gravaria o hino do Bahia e ela respondeu positivamente”. Ao ouvir a resposta, J. foi diretamente perguntar a Caetano se ele faria o mesmo. Ele concordou na mesma hora em participar também do projeto. “A partir desse bate-papo sem compromisso o projeto foi evoluindo”, diz J. Veloso, que depois procurou saber se Gil e Gal também torciam pelo Bahia e se gostariam de participar do disco. J.  Velloso  e  João Melo entraram  em contato com o departamento de marketing do Bahia para expor a proposta, que foi aprovada pelos  diretores do clube, e  deu-se encaminhamento  ao disco. 

DOCES BÁRBAROS BAHIA 
Produzido por J. Velloso e João Melo, 2000

  O CD conta com quatro faixas: a primeira é o registro oficial do Hino do Esporte Clube Bahia, de autoria de Adroaldo Ribeiro Costa, teatrólogo, compositor, professor e jornalista, interpretado pela Banda do Corpo de Bombeiros e coral. Na segunda faixa, a pedido de J. Velloso, Caetano Veloso fez uma interpretação intimista do hino. Na terceira faixa, J. sugeriu que Gilberto Gil cantasse em ritmo de reggae a música “Bahia Campeão dos Campeões”, uma espécie de segundo hino do clube, composta por Zé Pretinho para homenagear um dos símbolos da torcida do Bahia, a "Kombi do Reggae", que vendia bebidas e lanches em um dos portões do Estádio Fonte Nova nos jogos do Bahia. “A kombi é um ponto de encontro do torcedor. Sobre ela fica hasteada uma bandeira da Jamaica e outra do Bahia e só toca reggae e o hino do Bahia”, explicou. Pra finalizar do disco há uma outra versão do hino interpretada por Maria Bethânia e Gal Costa com um arranjo de orquestra feito pelo maestro Fernando Burgos e com arranjo de percussão de Márcio Vitor, encerrando com os Doces Bárbaros cantando “Eu sou Bahia com muito orgulho, com muito amor”. O disco foi gravado no estúdio Palco Livre de Elias Filho. Os cânticos da torcida e o gol que entremeiam as faixas foram gravados no Estádio da Fonte Nova, pelo próprio Elías.

 

  O gerente de marketing do Bahia da epoca, Artur Couto, classificou o disco de “presente do céu”. “Pensávamos em lançar um CD do Bahia, mas não poderíamos nunca imaginar em reunir esses quatro artistas extraordinários”, disse ele chamando atenção que nenhum clube do Brasil poderá realizar tal façanha.

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