CAMALEÃO VAIDOSO
(J. Velloso)
Camaleão vaidoso
No meio das foia parada
Não podia ser visto
Nem quando o vento soprava
Pois carregava na pele
A sina da vida camuflada
Beleza que não é vista, não serve,
Não tem valor pra nada
Beleza que não é vista, não serve,
Não tem valor pra nada
Beleza que não é vista, não serve,
Não tem valor pra nada
Usava suas cores
De um modo particular
Mas o que parecia é que as foia
É quem se fazia mudar
Mudava e escondia o bicho
Mas era por admirar
O seu jeito esquisito de ser, de viver e de amar
Camaleão vaidoso
No meio das foia parada
Não podia ser visto
Nem quando o vento soprava
Pois carregava na pele
A sina da vida camuflada
Beleza que não é vista, não serve,
Não tem valor pra nada
Beleza que não é vista, não serve,
Não tem valor pra nada
Beleza que não é vista, não serve,
Não tem valor pra nada
Triste por não ser visto
Nem no olho do araçá
Sua beleza morria com as horas
Por não poder se mostrar
Do alto mirou o abismo
Fazendo pose de cantar
Como uma ordem divina do céu,
Saltou para voar
Camaleão vaidoso
No meio das foia parada
Não podia ser visto
Nem quando o vento soprava
Pois carregava na pele
A sina da vida camuflada
Beleza que não é vista, não serve,
Não tem valor pra nada
Beleza que não é vista, não serve,
Não tem valor pra nada
Beleza que não é vista, não serve,
Não tem valor pra nada